terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Devolvendo o azul ao mar







Acabei de acompanhar um episódio de uma série que passa no Discovery Chanel que acompanha o Sea Shepherd, e tive que lutar contra o sono e vir aqui escrever sobre isso. O nome do seriado exatamente eu não me lembro, não foi importante; mas, para quem não sabe, vou falar um pouco sobre o Sea Shepherd. Criado há quase trinta anos atrás pelo jornalista e ambientalista Paul Watson, que resolveu fugir da burocracia de outras organizações do mesmo tipo e, literalmente, por a mão na massa, o Sea Shepherd começou com pequenos atos de protesto contra crimes ambientais praticados no mar, focando principalmente na caça de baleias (que, segundo previsões, podem chegar perto da extinção em apenas cem anos).
Eu não conheço profundamente a organização; sei que ela é grande (existe inclusive no Brasil), e não faço a menor ideia de como se mantém financeiramente - imagino que seja com doações. No episódio em que eu vi, o Steve Irwin, barco comandado por Paul, perseguia o Nisshin Maru (0 não sei se a grafia é exatamente essa), um dos navios-fábrica da frota japonesa que mata centenas de baleias por ano. Esse navio tem uma indústria no convés, que prepara a carne para a venda. As baleias morrem de forma dolorosa e demorada - e isso é um fato. Não quero me fazer de ingênua e imaginar que os interesses do SS sejam apenas humanitários, por mais que eu queria acreditar que seja. O próprio seriado revela ambos pontos de vista, como quando Paul levou um tiro - que o Nisshin Maru alega nunca ter praticado. Mas o fato é que, seja como for, nos últimos anos centenas de baleias foram salvas pela ação desses ativistas e voluntários. E é incrível ver algo desse tipo sendo feito. Utilizando-se de sacos de farinha e acido butírico (basicamente, manteiga rançosa), fizeram a indústria baleeira perder milhões de dólares, e dedicam suas vidas (ou boa parte do ano) a isso. E não pensem que é glamouroso; cargos como limpar privadas e cozinhar para os tripulantes são completamente necessários.

Ver coisas assim realmente faz pensar na futilidade do nosso dia-a-dia. Não estou dando apoio total ao SS, até porque eu não conheço a fundo para fazer isso. Mas nada muda o fato que é mais fácil ficar rico matando baleias do que as salvando - e arriscando sua vida. Seria maravilhoso se cada parte do meio ambiente que precisa de proteção tivesse "pastores" como estes. Como o próprio capitão Paul falou, a luta ambientalista nunca acaba - sempre surge algo novo. Esperamos que esses também recebam os olhares de ativistas que vão à luta (de verdade).

sábado, 19 de dezembro de 2009

From the Galley SP

From The Galley: mesas aconchegantes e a cozinha na ponta, ao olhar de todos

Ontem à noite foi o jantar de final de ano da revista onde eu trabalho, no restaurante From The Galley em São Paulo. E eu gostei tanto, que resolvi escrever um pouquinho sobre ele.

From the Galley é bem pequenininho, daquele tipo que você se sente em casa, e só dá para servir algumas pessoas. Os funcionários, porém, são quase em mesmo número que os visitantes, para proporcionar um serviço de primeira.

Com puffs ao redor da mesa de jantar, música de fundo e luzes ajustáveis, a sensação é de estar em um lounge - reforçada pela taça de champagne ou vinho que serão servidos constantemente. A decoração é fina, com vasinhos de rosas nas mesas, bebidas de todos os tipos e nacionalidades espalhas, e , nas paredes, recortes e críticas de revistas, assim como quadros com estampas náuticas. A explicação vem fácil; Galley, de acordo c0m uma ajudante do chef, é como se chama a cozinha de navios.

Um detalhe super legal - talvez o mais legal - é que a cozinha fica ao LADO da mesa de jantar. Ou seja, cada etapa de preparação dos CINCO pratos que foram servidas pode ser acompanhada de perto, seja o posicionamento das ervilhas tortas no prato, ou queimar o açúcar com maçarico no creme brulée. A diferença que isso faz em todo o jantar é absurda - quase como um show a parte.

Como eu disse antes, no jantar feito para TOP, cinco pratos foram servidos. (Um detalhe: na mesa, obviamente, encontrava um cardápio impresso em papel caro, com o símbolo da TOP e o que seria servido ao longo da noite). As bebidas foram vinho, espumante M umm Cuv' EE Reserve Brut, e água com ou sem gás - servidos, obviamente, nos copos apropriados. O luxo do restaurante é óbvio, desde a decoração até os duzentos tipos de talheres diferentes que estão na mesa. O bacana é que, apesar disso, você se sente em casa, especialmente pelo tratamento que o chef, que mesmo estando na cozinha se encontra a poucos centímetros dos convidados. Um exemplo disso aconteceu com o prato de entrada, um Gazpacho de beterraba com sorvete de salsa. Eu, quando me deparei com uma grande colher cheia de um líquido magenta e com o que me pareceu wasabi no meio, não tinha ideia do que fazer (e eu imagino que a maioria dos mortais que não são parentes de um chef, ou amigos de socialites, teriam a mesma reação). Mas o chef (ou, na definição do jovem Lele, como Alexandre é chamado, "quase chef") ajuda rapidinho, explicando como e com qual colher a iguaria deveria ser provada. Usando a menor colher à vista, eu misturei o sorvete (é realmente sorvete, pasmem) com o caldo de beterraba - e provei algo unicamente delicioso, além de lindo, servido em uma colher grande.

O próximo prato do cardápio era um Creme de Milho com Camarão e Páprica. É impossível dizer que era meu preferido, porque todos eram absurdamente deliciosos, mas a combinação, turbinada por camarões gigantes e deliciosos, é sensacional. Para quem adora o sal, até mesmo ele é chique: ficava à nossa frente (ao lado de pequenos peixes beta em aquários, alvos de possíveis derramamentos de espumantes), em pequenos potes de porcelana, e vem da Inglaterra, senão me engano, e contém diversas vantagens (que o chef define como viadagens) que o meu paladar rudimentar acostumado à McDonalds não soube diferenciar - só lembro que as lâminas eram finas.

Como prato principal, você poderia optar por um Salmão à moda do Alaska ou Mignon ao molho beef stock e tomate assado no manjericão. Como eu só provei o primeiro, vou falar dele - mas tenho certeza que o outro não deixava a desejar, como foi o comentário de quem provou. O peixe era de extrema qualidade, servido com batatas, cenouras e ervilhas (a batata era um tanto quanto diferente, servida como se fosse uma pasta assada). O molho de shoyu e açúcar mascavo é bom, mas um tanto quanto forte demais - como vem em litros, vale a pena dosar.

O quarto prato foi Queijo Tallegio com Uvas gaseificadas e Redução de vinho do porto. (Só um extra: é incrível como o méu critério para quando começar uma palavra com letra maiúscula é totalmente aleatório. Se acostumem). Esse prato é tão exótico para mim que eu mal sei como explicar; só sei que as uvas tinham gás, que foi inserido nelas, e redução de vinho do porto se assemelha muito à uma calda grossa, como caramelo, mas translúcida. O queijo, obviamente, delicioso. E, para sobremesa, um Creme Brulée de goiabada - igualmente incrível.

Na saída, pães em sacolas costumizadas foram entregues aos clientes. Infelizmente eu não sei informar o preço dos pratos, por ser um evento fechado o qual eu fui, mas imagino que não seja lá dos mais baratos. Fica a dica. então: se você tem dinheiro, gosta de comer bem e quer experimentar algo diferente na cozinha, From The Galley é a opção. Só não pensem que tudo é perfeito: minha taça de vinho, meus caros, tinha a base lascada. Mas, trocando por um sorvete de salsa, a gente perdoa. http://www.fromthegalley.com.br/

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

formspring e a falta de um boteco



De um dia para o outro, tudo que as pessoas twittam agora parece ser relacionado à essa nova maldita invenção virtual: formspring. Para quem não sabe o que é – e eu sei mal e mal – vou tentar explicar: se trata de uma página virtual, onde a pessoa faz seu perfil e as pessoas podem perguntar o que quiser a elas. E elas respondem, logicamente.
Eu não me dou bem com novidades tecnológicas. Não queria o novo Orkut. Fui convidada, enquanto milhares agonizavam pedindo esse maldito Orkut novo, e eu não aceitava; o convite ficava ali, bonitinho, do lado do canto direito, sendo menosprezado por mim. Até que um dia eu entro no meu Orkut, e a página azulzinha estava mudada. Para meu desespero (que ainda existe), meu perfil se rebelou e resolveu modernizar. Eu ainda não gosto. E o meu maior vício atual – o twitter – também demorou a ser visto com bons olhos pela pessoa que aqui escreve. Enquanto minhas amigas já o conheciam e piravam, eu nem sabia da existência (e justifico de uma forma simples: não me encontrava em território nacional, e não queria perder tempo virtualmente. Tinha cidades para explorar, antes que os geeks de plantão fechem a janelinha). Atualmente, essas mesmas amigas quase não usam o twitter, enquanto eu fico atualizando a página a cada cinco minutos.

Então, por isso mesmo, eu já escrevo minha crítica avisando que eu posso mudar de ideia (sem acento agora) daqui a algum tempo. Mas, por enquanto, a minha opinião é a seguinte: que coisa inútil. Sim, eu sou uma jornalista e o que eu faço é fazer perguntas, e como eu posso odiar exatamente isso, e bla bla bla. Mas eu acho, bem, a palavra certa seria IMBECIL. Eu acho imbecil esse contato somente virtual. Primeiro, quem faz essas perguntas para você ou é seu amigo/conhecido, ou um psicopata. Desconsiderando a última opção, seus amigos não deveriam conhecer você? E, se não, caros colegas, imagino que digitar algumas linhas na web não seja a melhor maneira de fazer isso. Uma das melhores coisas, na minha opinião, no contato humano, é poder descobrir-se, e descobrir o outro. Coisa chata essa de ter tudo de bandeja, de não ter mistério. É por isso que eu levanto a bandeira: diga não ao formspring! Uma cerveja (ou suco, ou até mesmo água da pia) num boteco, com um bate papo, ainda é para mim, a melhor maneira de conhecer alguém. O formspring é, no máximo, mais uma manifestação de pequena popularidade de narcisistas. Gente, deletem seu perfil no formspring, fechem essa janela e vamos viver. Que tal?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Boas vindas

Eu sempre quis fazer um blog - assim como eu sempre quis fazer bilhões de coisas. Geralmente, a maioria fica só no plano do desejo, mas resolvi por em prática essa vontade. Até porque minha profissão requer, no mínimo, um lugar para me expressar. E porque eu tenho uns trezentos arquivos e textos que nunca foram antes visto - e eu pretendo colocar eles em doses homeopáticas aqui, para quem quiser ler. E mesmo que ninguém queira, pelo menos eu não vou me arrepender de nunca ter tentado! Rs.
E o meu outro problema (ou seria mal do século? Mal de paulistano também é uma alternativa) é a falta de tempo. Seja porque a Terra está se aproximando do Sol, porque eu abraço vinte e seis projetos de uma vez, ou porque passo três horas diárias no trânsito caótico da metrópole, o que acontece é que, quando eu tenho algumas horas livres, as uso para dormir - coisa que ultimamente é raridade. Então, não esperem uma postagem diária (nem semanal, mensal... vai saber). E, se eu tiver um tempo livre, vou dedicar antes aos meus queridos Bukowski, Kerouac e Rodrigues, e depois a escrever algumas linhas que nunca serão nada perto do que leio. Mas, ainda assim, prometo não dar total abandono ao Raio N (pelo menos nos próximos dois meses!).
Aliás, termino o primeiro post explicando o nome do meu blog. Queria fazer um link curto, diferente (quem se chama Natalia, vai sempre biscar algo "diferente". Acho que é um trauma por ter o nome mais comum do país) e que mostrasse minha visão do mundo. Minha visão não é de Raio X, mas de Raio N - e quase nunca está certa.
Espero que alguém goste - ou odeie muito. Mas que ninguém diga que não chove e não molha.