Ontem à noite foi o jantar de final de ano da revista onde eu trabalho, no restaurante From The Galley em São Paulo. E eu gostei tanto, que resolvi escrever um pouquinho sobre ele.
From the Galley é bem pequenininho, daquele tipo que você se sente em casa, e só dá para servir algumas pessoas. Os funcionários, porém, são quase em mesmo número que os visitantes, para proporcionar um serviço de primeira.
Com puffs ao redor da mesa de jantar, música de fundo e luzes ajustáveis, a sensação é de estar em um lounge - reforçada pela taça de champagne ou vinho que serão servidos constantemente. A decoração é fina, com vasinhos de rosas nas mesas, bebidas de todos os tipos e nacionalidades espalhas, e , nas paredes, recortes e críticas de revistas, assim como quadros com estampas náuticas. A explicação vem fácil; Galley, de acordo c0m uma ajudante do chef, é como se chama a cozinha de navios.
Um detalhe super legal - talvez o mais legal - é que a cozinha fica ao LADO da mesa de jantar. Ou seja, cada etapa de preparação dos CINCO pratos que foram servidas pode ser acompanhada de perto, seja o posicionamento das ervilhas tortas no prato, ou queimar o açúcar com maçarico no creme brulée. A diferença que isso faz em todo o jantar é absurda - quase como um show a parte.
Como eu disse antes, no jantar feito para TOP, cinco pratos foram servidos. (Um detalhe: na mesa, obviamente, encontrava um cardápio impresso em papel caro, com o símbolo da TOP e o que seria servido ao longo da noite). As bebidas foram vinho, espumante M umm Cuv' EE Reserve Brut, e água com ou sem gás - servidos, obviamente, nos copos apropriados. O luxo do restaurante é óbvio, desde a decoração até os duzentos tipos de talheres diferentes que estão na mesa. O bacana é que, apesar disso, você se sente em casa, especialmente pelo tratamento que o chef, que mesmo estando na cozinha se encontra a poucos centímetros dos convidados. Um exemplo disso aconteceu com o prato de entrada, um Gazpacho de beterraba com sorvete de salsa. Eu, quando me deparei com uma grande colher cheia de um líquido magenta e com o que me pareceu wasabi no meio, não tinha ideia do que fazer (e eu imagino que a maioria dos mortais que não são parentes de um chef, ou amigos de socialites, teriam a mesma reação). Mas o chef (ou, na definição do jovem Lele, como Alexandre é chamado, "quase chef") ajuda rapidinho, explicando como e com qual colher a iguaria deveria ser provada. Usando a menor colher à vista, eu misturei o sorvete (é realmente sorvete, pasmem) com o caldo de beterraba - e provei algo unicamente delicioso, além de lindo, servido em uma colher grande.
O próximo prato do cardápio era um Creme de Milho com Camarão e Páprica. É impossível dizer que era meu preferido, porque todos eram absurdamente deliciosos, mas a combinação, turbinada por camarões gigantes e deliciosos, é sensacional. Para quem adora o sal, até mesmo ele é chique: ficava à nossa frente (ao lado de pequenos peixes beta em aquários, alvos de possíveis derramamentos de espumantes), em pequenos potes de porcelana, e vem da Inglaterra, senão me engano, e contém diversas vantagens (que o chef define como viadagens) que o meu paladar rudimentar acostumado à McDonalds não soube diferenciar - só lembro que as lâminas eram finas.
Como prato principal, você poderia optar por um Salmão à moda do Alaska ou Mignon ao molho beef stock e tomate assado no manjericão. Como eu só provei o primeiro, vou falar dele - mas tenho certeza que o outro não deixava a desejar, como foi o comentário de quem provou. O peixe era de extrema qualidade, servido com batatas, cenouras e ervilhas (a batata era um tanto quanto diferente, servida como se fosse uma pasta assada). O molho de shoyu e açúcar mascavo é bom, mas um tanto quanto forte demais - como vem em litros, vale a pena dosar.
O quarto prato foi Queijo Tallegio com Uvas gaseificadas e Redução de vinho do porto. (Só um extra: é incrível como o méu critério para quando começar uma palavra com letra maiúscula é totalmente aleatório. Se acostumem). Esse prato é tão exótico para mim que eu mal sei como explicar; só sei que as uvas tinham gás, que foi inserido nelas, e redução de vinho do porto se assemelha muito à uma calda grossa, como caramelo, mas translúcida. O queijo, obviamente, delicioso. E, para sobremesa, um Creme Brulée de goiabada - igualmente incrível.
Na saída, pães em sacolas costumizadas foram entregues aos clientes. Infelizmente eu não sei informar o preço dos pratos, por ser um evento fechado o qual eu fui, mas imagino que não seja lá dos mais baratos. Fica a dica. então: se você tem dinheiro, gosta de comer bem e quer experimentar algo diferente na cozinha, From The Galley é a opção. Só não pensem que tudo é perfeito: minha taça de vinho, meus caros, tinha a base lascada. Mas, trocando por um sorvete de salsa, a gente perdoa. http://www.fromthegalley.com.br/
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